domingo, 21 de setembro de 2014

Base da pirâmide: uma multidão a ser (re)conhecida


Em nosso texto “O mercado é acessível para todos?” falamos um pouco sobre a parcela da população que se encontra na faixa de pobreza e não tem acesso a produtos e serviços básicos. Neste texto, chamamos atenção para o fato de que as grandes indústrias e empresas não enxergam estas pessoas como consumidores em potencial, demonstrando desinteresse em levarem seus negócios e produtos até esta população.

Observando esta realidade, Prahalad (2005) e Hart (2005) iniciaram, no final da década de 90, estudos acerca de negócios com a base da pirâmide, através de debates sobre a criação de modelos empresariais voltados para o atendimento das necessidades das populações mais pobres e marginalizadas. Estes estudos são fundamentais para compreendermos a proposta e desenvolvimento dos chamados negócios sociais.


Os autores levam em consideração que as empresas percebem como mercado consumidor apenas as pessoas que podem pagar pelos produtos, o que significa, na maioria das vezes, os grupos com alto ou médio poder aquisitivo, deixando de lado a população que se encontra na faixa da pobreza. Assim, todos os produtos e serviços são construídos a partir do perfil do consumidor de nível médio/alto e direcionados apenas para esta população.

Em seus estudos, Prahalad (2005) constata que 65% da população mundial, ou seja, quatro bilhões de pessoas, não chegam a ganhar US$ 2.000 por ano. Assim, o que se percebe é que as grandes empresas desconsideram como mercado consumidor mais da metade da população mundial.

Baseando-se nestes dados e propondo uma visão empreendedora sobre os mais pobres, e não como “vítimas e pesos a serem suportados pelo restante da sociedade”, Hart e Prahalad buscam demonstrar como negócios voltados para a camada mais pobre da população mundial (a base da pirâmide econômica), e não somente para a população de alto poder aquisitivo, podem gerar lucro e ao mesmo tempo contribuir para a erradicação da pobreza.

Os estudos desenvolvidos por estes dois pesquisadores envolvem uma gama de assuntos e desdobramentos, que vamos discutindo em nossos textos do blog e estão diretamente ligados à temática dos negócios sociais. Os estudos e propostas de negócios com a Base da Pirâmide são, de certa forma, algo já proposto incialmente na década de 70 com a criação do Grameen Bank, mas que ganham força a partir do final da década de 90.


Por Tatiane Melo

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