Em nosso texto “O mercado é acessível para todos?” falamos
um pouco sobre a parcela da população que se encontra na faixa de pobreza e não
tem acesso a produtos e serviços básicos. Neste texto, chamamos atenção para o
fato de que as grandes indústrias e empresas não enxergam estas pessoas como
consumidores em potencial, demonstrando desinteresse em levarem seus negócios e
produtos até esta população.
Observando esta realidade, Prahalad (2005) e Hart (2005)
iniciaram, no final da década de 90, estudos acerca de negócios com a base da
pirâmide, através de debates sobre a criação de modelos empresariais voltados
para o atendimento das necessidades das populações mais pobres e
marginalizadas. Estes estudos são fundamentais para compreendermos a proposta e
desenvolvimento dos chamados negócios sociais.
Os autores levam em consideração que as empresas percebem
como mercado consumidor apenas as pessoas que podem pagar pelos produtos, o que
significa, na maioria das vezes, os grupos com alto ou médio poder aquisitivo,
deixando de lado a população que se encontra na faixa da pobreza. Assim, todos
os produtos e serviços são construídos a partir do perfil do consumidor de
nível médio/alto e direcionados apenas para esta população.
Em seus estudos, Prahalad (2005) constata que 65% da
população mundial, ou seja, quatro bilhões de pessoas, não chegam a ganhar US$
2.000 por ano. Assim, o que se percebe é que as grandes empresas desconsideram
como mercado consumidor mais da metade da população mundial.
Baseando-se nestes dados e propondo uma visão empreendedora sobre os mais pobres, e não como “vítimas e pesos a serem suportados pelo restante da sociedade”, Hart e Prahalad buscam demonstrar como negócios voltados para a camada mais pobre da população mundial (a base da pirâmide econômica), e não somente para a população de alto poder aquisitivo, podem gerar lucro e ao mesmo tempo contribuir para a erradicação da pobreza.
Baseando-se nestes dados e propondo uma visão empreendedora sobre os mais pobres, e não como “vítimas e pesos a serem suportados pelo restante da sociedade”, Hart e Prahalad buscam demonstrar como negócios voltados para a camada mais pobre da população mundial (a base da pirâmide econômica), e não somente para a população de alto poder aquisitivo, podem gerar lucro e ao mesmo tempo contribuir para a erradicação da pobreza.
Os estudos desenvolvidos por estes dois pesquisadores
envolvem uma gama de assuntos e desdobramentos, que vamos discutindo em nossos
textos do blog e estão diretamente ligados à temática dos negócios sociais. Os
estudos e propostas de negócios com a Base da Pirâmide são, de certa forma,
algo já proposto incialmente na década de 70 com a criação do Grameen Bank, mas
que ganham força a partir do final da década de 90.
Por Tatiane Melo
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